SAGGAR FIRING COM PLACA DE ARGILA

Um novo processo para obter o mesmo efeito da Saggar Firing com folha de alumínio é a nova descoberta.

Como sempre repito mais uma vez, morar no meio urbano e se atrever a trabalhar com queimas diferenciadas são grandes desafios.

Estou começando a gostar da repressão que de vez enquanto sou submetida pela minha “amada” vizinha!  Como diz Chico Buarque na canção Meu caro amigo: “Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta”.

Da minha arte não abro mão!!!!! E a  minha vizinha, sem saber, me empurra a buscar novas alternativas para o que a incomoda.

A minha criatividade fica a flor da pele. Resolvo o problema com muita serenidade e confabulando com meus pensamentos! Afinal me encaixo no grupo que faz parte de uma canção “românticos são lindos, são loucos e pirados”.

A folha de alumínio, sem dúvida tem um cheiro desagradável quando começa a queimar. Imagine um forno lotado e que ainda a montagem é como uma queima de biscoito, peças e mais peças sobrepostas!! Mas continua valendo o processo para quem não tem problema com espaços.

O novo processo é menos insalubre e mais econômico, eis aí o pulo do gato.

A argila para revestir a peça, ou seja, a saggar, pode ser a mais barata. Encontrada no Ceasa, em Caraguatatuba, no ateliê do Ben Hur e outros lugares.

Para fixar a argila, utilize pedaços de pano. Ponha o necessário, nada de exageros!  E para a argila não soltar da peça quando estiver queimando envolva numa tela de galinheiro. A vantagem é que não tem cheiro e pode ser reaproveitada em outras queimas.

Mostro um resumo desse processo no DVD que está a venda! O DVD com o passo a passo tem duração de 34 minutos, valor R$50,00 sem as despesas de envio.

O SLIP: Paul Soldner

O SLIP: Paul Soldner

TÉCNICAS DECORATIVAS COM ENGOBES

Colocando em prática as técnicas decorativas com os engobes. É um tema bem amplo.
Por enquanto eu e minha amiga Helenice estamos testando a primeira técnica, que é a de
IMPRESSÃO COM CARIMBO E PÁTINA.
O primeiro passo é aplicar o engobe e remover um pouco de forma aleatória da superfície da peça com uma esponja áspera, mantendo o engobe no baixo relevo.
Aplique o esmalte bem fino e repita a mesma operação utilizada no engobe.
Os primeiros resultados ficaram belíssimos! Já percebemos que o garimpo aos carimbos começou!

QUEIMA DA ARGILA

O BARRO QUEIMADO A 600°C

UTILIZADO ARTISTICAMENTE E DE FORMA FUNCIONAL

É muito interessante como processos antigos da cerâmica, praticados por muitos por esse mundo afora, se distanciam e tornam-se misteriosos para nós ceramistas urbanos, acostumados a utilizar  argila queimada a uma temperatura mais elevada e normalmente esmaltada.

Há alguns anos que trabalho com várias técnicas de queimas de baixa temperatura, por pura paixão. Devido a essa minha identidade de trabalho e pesquisa é muito comum indagarem como é feita uma panela que possa receber chama direta do fogo.

Munida de alguns artigos fui me aprofundando no assunto e vi um mundo de possibilidades para quem estiver com vontade de expandir seus horizontes artísticos.

Talvez seja a hora de além de fazer uma gostosa comida dentro de uma panela de barro, introduzir uma nova forma de pensar e pesquisar objetos de arte que possam receber este adereço a mais, o Deus fogo.

Lembre-se que as lamparinas antigas tinham um pavio aceso e alimentando por óleo e que não estouravam com o contato do fogo, uma vez que era utilizado barro arenoso e queimado a baixa temperatura.

Peças elaboradas por vários artesões recebem óleos aromáticos e outros elementos diretamente ou indiretamente através de um recipiente de lata acoplado a peça e apesar de ficar exposta a chama direta, não sofrem qualquer dano.

Toda essa mágica é devido à matéria prima da modelagem. A argila utilizada é bastante arenosa, e é essa composição do barro que influi tanto na rapidez da secagem, na redução da presença de rachaduras, no rápido aquecimento durante a queima e na resistência a temperatura do fogo. A queima quando feita em fogueira é em torno de 600°C, que não deixa que as peças estourem na fogueira. No caso de peças utilitárias, dota-as da propriedade de conservar o calor depois do cozimento do alimento.

A queima pode ser feita num forno de cerâmica alimentado a gás, a temperatura de 600°C, controlada por um relógio dotado de termopar, em torno de 2 a 3 horas dependendo do porte e espessura da peça.

Para quem está em São Paulo, a argila ou barro como queiram denominar é encontrada em entrepostos, como o CEASA ou em regiões com Caraguatatuba, lembre-se do ceramista e escultor Bem Hur e das paneleiras de São Sebastião. Também temos algumas olarias pelo interior. De acordo com a região em que se encontre faça uma pesquisa na internet.

Sou uma iniciante na abordagem deste tema e portanto agradeço a quem tiver alguma matéria que possa  auxiliar e incentivar idéias criativas, conceitos e abordagens contemporâneas.

Quando eu estiver com o meu tempo mais tranquilo, postarei um vídeo com peças queimadas no meu querido forninho e testadas, “não pelo inmetro, mas sim por Lu Leão”

O vídeo relacionado a este assunto dá uma grande visão de como fazer esta queima em fogueira.

Minha amiga, Helenice, colaborou com a tradução das legendas e do que a pessoa fala.

1. FIRING CLAY	QUEIMA DE ARGILA
2. AFTER DRYING FOR SEVERAL DAYS	APÓS SECAR POR VÁRIOS DIAS
3. START WARMING UP THE PIECES	COMEÇANDO A AQUECER AS PEÇAS
4. GRADUALLY HEATING THEM MORE	GRADUALMENTE AQUECENDO-AS UM POUCO MAIS
5. WAIT FOR A GOOD BED OF EMBERS	ESPERE ATÉ FORMAR UMA BOA CAMADA DE BRASAS
6. CAREFULLY PLACE THE PIECES ON THE EMBERS	COM CUIDADO, COLOQUE AS PEÇAS SOBRE AS BRASAS
7. AND LEAVE THEM LIKE THAT FOR ABOUT 5 MINUTES	DEIXE-AS LÁ POR CERCA DE 5 MINUTOS
8. START BUILDING THE FIRE AGAIN	COMECE A FORMAR FOGO NOVAMENTE
9. KEEP THE FIRE GOOD AND HOT FOR ABOUT 40-50 MIN	DEIXE O FOGO ALTO E QUENTE POR CERCA DE 40 - 50 MINUTOS

-  DEIXE APAGAR O FOGO E ESFRIAR BEM DEVAGAR.

-  NO PONTO EM QUE VOCÊ POSSA PEGAR A PEÇA COM SUA MÃO

-  AÍ VOCÊ TEM O PRODUTO FINALIZADO, PERFEITAMENTE COZIDO, SUCESSO.

-  AGORA, PARA TERMINAR, VOU FERVER ÁGUA NO POTE QUE FIZ.

-  VAI FUNCIONAR.  ENCHO O POTE COM ÁGUA E COLOCO NO FOGO PARA FERVER.

10. I RECOMMEND WEARING PROTECTIVE GLOVES

RECOMENDO USAR LUVAS

-  JÁ ESTÁ FERVENDO, AGORA VOU FAZER UM POTE MAIOR.

O SONHO REAL

O SONHO REAL

E lá vai história.

O processo das formas recicladas, forradas com tecido colado com cola, tem facilitado a rotina do ateliê e de ceramistas que fizerem curso no meu ateliê e como pode ser observado neste blog, o passo a passo numa oficina que fiz no SESC-Ipiranga,  postagem de 2011.

Este recurso auxilia no meu processo criativo. Um arsenal de formas por todo o ateliê.

Aí recebo a proposta de um escritório de FOOD DESIGN. Criar uma almofada de cerâmica como utensílio para receber um “sonho”. A peça comporia com outras uma instalação artística que contava a história da gastronomia através de personagens ilustres. A almofada estava ligada ao personagem “O rei de Portugal e seu sonho”. Desculpem! Não me aprofundei muito no assunto. Muito surreal para minha cabeça!

A forma para fazer a peça com dimensões definidas não encontraria pronta nas lojas de bugigangas para atender o projeto.

Não pensei duas vezes. Encarei o desafio e coloquei mãos a obra. Vejam o passo a passo e o final feliz.

COMO CORTAR UM TAMBOR METÁLICO

O TAMBOR METÁLICO

Quando me propus a auxiliar outros profissionais oferecendo prestação de serviços de queimas, não imaginava que teria que encarar encomendas com prazos para ontem!

A pisciana sonhadora que aprendeu a se virar sozinha, desafia ao limite sua  imaginação e força física com muito otimismo e persistência. Que posso fazer! Meu lado “Dom Quixote” é muito forte!

O Desafio:

Queimar em raku, peças longas que não caberiam nos meus tachos redondos. Clarooooo.....!!!!! Precisa de um tambor com um corte longitudinal. Como tinha que entregar o produto no dia seguinte, sabia que não poderia contar com a mão de obra de um serralheiro.

Nestas horas a Lu Leão dá um trabalho enorme para o seu anjo da guarda!

Munida de meu kit de mil e uma utilidades e de um tambor lacrado entrei em ação. Depois de arranhões, dedinhos cortados, dor aqui e ali. Venci..... venci.....

O Resultado:

Para atender o prazo, o pedaço que retirei do tambor usei como tampa. É! A necessidade faz milagres! Depois fiz uma tampa definitiva “A la Lu Leão”, como vocês podem ver.

A tampa definitiva