MAIS PRÁTICO E MAIS ECONÔMICO!
UMA DICA LEGAL É O EFEITO QUE SE OBTÉM QUANTO A QUANTIDADE DE ÁGUA
A quantidade de água define o processo decorativo para finalizar a peça.
As peças receberam engobe vermelho, branco e verde com a consistência igual ao demonstrado no DVD + apostila que disponho para venda.
Com consistência bem pastosa foram feitos grafismos em alto relevo com um pincel de cerdas curtas.
Na primeira peça foi aplicado o engobe avermelhado e por cima o engobe branco.
Como não recebeu nenhum esmaltes transparentes por cima o tom é pastel.
Nas outras peças foi feito grafismo com engobe preto e para intensificar o tom da cor receberam esmalte transparente.
EFEITO AQUARELA
Um pouco mais de água na quantidade do engobe escolhido.
Pincelar toda a peça e remover na sequencia o engobe das partes onde queira que prevaleça a cor da argila. Faça este processo com uma esponja áspera e seca.
Desenhos de baixo relevo dão bons resultados.
As duas peças acima são de argila branca. Uma tem engobe azul e a outra engobe avermelhado.
As duas abaixo são de argila preta. Uma tem engobe branco e a outra engobe verde de cobre.
Receberam por cima uma pincelada bem aguada de esmalte transparente.
EFEITO TRADICIONAL
As peças acima receberam o engobe no método tradicional.
Duas demãos pinceladas são suficientes.
O esmalte transparente pincelado por cima tem uma formulação bem diferente, o que faz uma reação química junto com o engobe dando efeitos muito apreciados.
A explanação que faço a seguir diz um pouco sobre a forma que conduzo o meu trabalho e este especificamente.
"Ao longo da vida trilhamos muitos caminhos, e aquilo que desperta curiosidade e emoção na aprendizagem o cérebro jamais esquece!"
Conto nesse pequeno espaço essa trajetória para que os praticantes da cerâmica entendam a minha necessidade de aprimorar a pesquisa nessa área.
Nos 10 anos de trabalho administrativo na empresa Metal Leve, vivenciei um ambiente bastante arrojado e inovador na época. Ali tive a chance de acompanhar os experimentos dos pesquisadores, no fabuloso mundo da química do Núcleo de Pesquisa da empresa.
Circulava diariamente entre a abundância de um laboratório de experimentos e em companhia do meu adorável chefe, engenheiro Eduardo B. Bona (falecido), professor conceituado, pesquisador respeitado por órgãos como o Instituto de Pesquisa e Tecnologia - IPT/USP, com quem pude aprender muito sobre os vários experimentos.
Esse ambiente acolhedor além de guia me deu referência e energia para extrair do trabalho solitário no meu ateliê, os processos para que eu exerça a pesquisa sem amarras e buscando soluções práticas.
Atualização no preparo dos engobes de sais que produz uma variedade de efeitos tanto na cor como na textura de acordo com a fórmula química dos esmaltes transparentes sobrepostos.
A divulgação deste artigo se faz necessária por várias razões. A principal é informar ao público ceramista que fizeram o curso de engobes de sais reativos no meu ateliê, e aos que adquiriram o DVD acompanhado da Apostila.Esta postura me deixa confortável em relação aos que dão credibilidade ao meu trabalho e me permite que eu siga aperfeiçoando o tema, através da prática e observação.
Os engobes preparados com o tempo ficavam aguados, perdendo um pouco das suas características propostas. A quantidade preparada tinha que ser quase de uso imediato. E isso eu sabia que era por conta dos sais fundentes como o Bórax, Ácido Bórico e Carbonato de Sódio, presentes em quase todas as alquimias que desenvolvo nas minhas pesquisas.
Resolver essa questão tornou-se um desafio.
Parti da seguinte indagação de pesquisadora: Por que colocava o CMC? E a explicação é que o CMC é uma cola orgânica, utilizada dentro dos esmaltes, para que a cada camada pincelada não arraste a anterior, e ao finalizar mantenha o esmalte colado na peça sem que este saia na mão da pessoa ao ser transportado da mesa para a prateleira e depois para o forno. O único senão para o CMC é que com o passar do tempo ele perde sua função adesiva e se torna uma água. Água!!
Todo sal misturado água fica melado e grudento. Mesma função do CMC. Água!!
Silicato de Sódio que é um vidro líquido e viscoso, conhecido também como água mágica. Água!!
Eureka! Eureka!!!! Aí estava a solução do problema!!
Na situação dos engobes de sais é totalmente desnecessário o CMC e o Silicato de Sódio.
Assim estes dois componentes sumiram das minhas receitas de engobe. Basta de tanta água!
Ah! Só um pouco de água! O suficiente para fazer uma massa consistente como mostro a seguir. Com o tempo a água que o sal vai produzir é pouca e desta forma não desanda o engobe, o qual pode ser guardado por um longo período.
PASSO A PASSO NO PREPARO DOS ENGOBES COM SAIS FUNDENTES
Pesar as matérias primas da composição do engobe de sais reativos com sobreposição de esmaltes transparentes.
Quando a balança não pesa pequenas quantidades de óxidos corantes, utilize este método antigo e comum.
No caso desta balança que pesa a partir de 2 gramas e é necessário somente 0,5 grama na receita, pese 2 gramas do óxido, coloque sobre um papel sulfite, arrume de forma linear com altura por igual e faça duas porções. Pegue uma porção e divida novamente em duas porções. Este processo permite conseguir as 0,5 gramas do óxido necessário.
A precisão não é absoluta, porém conseguimos o que é preciso para colorir a fórmula do engobe.
O Carbonato de Sódio deve ser peneirado separadamente antes de pesar, ele contém partículas que não se dissolvem. Jogue fora o que não passar pela peneira.
Junte todos as matérias primas e passe na peneira utilizando uma colher de plástico ou madeira.
Coloque os produtos em um recipiente, pode ser de plástico ou louça. Mexa com uma colher de plástico ou madeira e depois macere com um pilão. Esta operação não precisa ser longa, uma vez que queremos efeitos de cor e textura.
Os recipientes de plástico, vendidos para amassar alho ou limão, são excelentes, anatômicos, uma vez que a nossa mão consegue abraçar, mantendo o mesmo firme para mexer e macerar os produtos sem que salte para fora.
Uma receita de 100 gramas é fácil de manipular. O recipiente é bem barato e não quebra!
Coloque água aos poucos com um dosador e mexa LENTAMENTE e apenas no mesmo sentido (horário ou anti-horário) com uma colher de plástico ou madeira, até obter uma massa homogenia e consistente, ou seja, densa.
"Este procedimento deve ser rigorosamente respeitado, por conta que o Carbonato de Sódio é um sal fundente que ao receber água libera calor (Reação Exotérmica). Ao dar velocidade no mexer ele transforma a composição como se fosse uma borracha, tornando-se impossível de corrigir".
Coloque num potinho plástico e cilíndrico, que tenha a boca do mesmo diâmetro do corpo do pote, hermeticamente fechado.
Este procedimento é necessário para que toda vez que for usar, seja fácil de mexer o engobe e retirar a quantidade a ser utilizada com uma colher.
Deixe descansar por um dia no mínimo para que os produtos se integrem. Afinal trata-se de um engobe com propriedades diferentes devido ao fundente ser um sal.
Quando for aplicar o engobe ponha a quantidade necessária em um pequeno recipiente que tenha o fundo arredondado para que possa mexer e acrescentar gotas de água aos poucos até ficar na textura desejada para a finalidade a que se destina.
A foto nº 12 mostra a consistência adequada para uso no método tradicional. Consistência igual a que está demonstrada no DVD.
O engobe pode ser aplicado na peça cerâmica em qualquer etapa. Ponto de couro, ponto de osso ou sobre a peça já biscoitada.
Espero que este artigo alcance o objetivo proposto. Boa sorte e muita produtividade a todos que sempre confiaram no meu trabalho.