NOVOS ENSAIOS PARA QUE TODOS POSSAM ADEQUAR AO SEU TRABALHO ARTÍSTICO
AS TÉCNICAS DESTE ARTIGO FORAM
INSPIRADAS NOS TONS DA TERRA.
Este
artigo é específico para as pessoas que utilizam minha apostila. Quando bate
aquela inspiração, surgem os desafios e novas técnicas vão aflorando e após muitos
testes finalizo com o que deu certo e repasso a todos. O trabalho é árduo;
testar, fotografar, escrever toma tempo e desgaste de energia física e mental. Paciência...
É minha natureza... A satisfação fala mais alto! Espero que curtam e continuem a pesquisar.
As
técnicas de manipulação a seguir mostram que o caminho de possibilidades de
decoração com engobes é infinito. Não
estou dando uma receita, mas sim abrindo um horizonte para que todos possam
adequar ao seu trabalho artístico e dar continuidade.
TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES COM POLIMENTO
Engobe pincelado
nas placas em ponto de couro e na sequência polido.
O polimento
é feito para obter uma superfície aveludada ao toque da mão.
Após a
aplicação, utilize um pedaço de plástico transparente, fino e macio e esfregue
sobre o engobe. A intenção é remover os grânulos de sais que estão na
superfície da argila. Na sequência, delicadamente, esfregue as costas de uma
colher ou outra ferramenta adaptada para alisar o engobe. Não se demore nesse
processo, esperando brilho, o engobe não foi elaborado para com essa finalidade.
Quando a peça estiver mais seca, caso queira um brilho acetinado, pincele uma
demão de esmalte transparente, que dependendo da composição de sua fórmula
obtém-se uma determinada cor. Vale a pena experimentar vários esmaltes
transparentes e obter uma gama infinita de cores. Este processo está explicado
na minha apostila. Caso não goste de colocar esmalte por cima do engobe, após a
queima passe uma cera para proteger o engobe da poeira e da gordura que vem
pelo ar e das mãos de quem toca a peça.
As cores
ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro e do polimento que faz
as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila durante a queima.
O engobe
sobreposto a outro, mesmo com polimento, quase sempre mantem sua cor original,
o que permite alguns tipos de decoração (veja a descrição da placa abaixo).
Quando
misturado com outro, gera uma nova cor. É importante anotar as quantidades para
que se possa repetir quando necessário. Existe decepção maior que descobrir uma
cor bonita e não poder repeti-la! Anote!
2) Engobe
EN7 – Vermelho pincelado sobre todo o espaço delimitado e por cima o engobe EN19
– Verde Oliva.
3) Engobe
EN19 – Verde Oliva pincelado sobre todo o espaço delimitado e por cima EN7 –
Vermelho .
4) Engobe EN10
– Azul Acinzentado.
2) Engobe
EN12 – Verde musgo.
3) Misturado
em estado líquido uma parte de engobe EN12 – Verde musgo com uma parte de
engobe EN19 – Verde Oliva.
4) Engobe
EN preto
2) Engobe
EN20 – Branco
3) Engobe
EN7 – Vermelho – pincelado sobre os engobes EN10 e EN20
2) Engobe
EN18 – Lavanda – pincelado sobre o engobe EN20 – Branco .
3) Engobe
EN7 – Vermelho – pincelado sobre o engobe EN20 – Branco.
TÉCNICA
DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES COM POLIMENTO E SOBREPOSIÇÃO DE ESMALTES
Composição
de quatro placas de argila marfim.
Engobe
pincelado bem aguado nas placas em ponto de couro e na sequência polido.
O polimento
é feito com a intenção de obter uma superfície lisa ao toque da mão.
As cores
ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro e do polimento que faz
as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila.
Os engobes
de cores diferentes quando sobrepostos não alteram suas cores.
Os esmaltes
foram pincelados bem aguados. A intenção é obter uma superfície com pouco
brilho.
2)
Misturado em estado líquido uma parte de engobe EN7 – Vermelho com uma parte de
engobe EN8 – Rosa Salmão após ser pincelado, onde está sinalizado (2ª) foi
pincelado o esmalte ES096.
3) Engobe
EN6 – Camurça. Ainda molhado pincelado por cima o engobe EN7 – Vermelho,
misturando os dois engobes. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o esmalte
ES096.
1) Engobe
EN7 – Vermelho pincelado uma demão, onde está sinalizado (1ª) foi pincelado
esmalte ES096.
2) Engobe
EN20 – Branco pincelado uma demão por cima desenho ondulado do engobe EN18 –
Lavanda que recebeu o esmalte ES12/90.
3) Engobe
EN18 – Lavanda pincelada uma demão. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o
esmalte ES096.
1) Engobe
EN19 – Verde Oliva pincelada uma demão , onde está sinalizado (1ª) foi pincelado
bem diluído uma demão de esmalte ES096.
2)
Misturado em estado líquido uma parte de engobe EN7 – Vermelho com uma parte de
engobe EN15 – Amarelo após ser pincelado, onde está sinalizado (2ª) foi
pincelado o esmalte ES096.
3) Engobe
EN7 – Vermelho. Ainda molhado pincelado por cima o engobe EN6 – Camurça,
misturando os dois engobes. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o esmalte ES096.
1) Base do
engobe EN1 com 9% de óxido de ferro vermelho e 2% de óxido de rutilo caramelo
granulado (ilmenita), pincelado bem espesso e por cima pincelado o esmalte
ES096.
2) Engobe
EN6 – Camurça e por cima pincelada irregular de esmalte ES12/90.
3) Engobe
EN15 – Amarelo pincelado uma demão. Onde está sinalizado com 3a foi pincelada
uma demão bem aguada do esmalte ES096.
TÉCNICA
DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES SEM POLIMENTO E COM SOBREPOSIÇÃO DE ESMALTES E CERA.
Placas de argila marfim.
O engobe
foi pincelado sobre a placa da esquerda já queimada (biscoito).
O engobe
foi pincelado sobre a placa da direita em ponto de couro.
As cores
ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro que faz as partículas
dos engobes entrarem no corpo da argila, mesmo quando não é feito polimento,
que é a proposta neste caso.
A intenção
deste teste é para abrir horizontes e mostrar as possibilidades para obter uma
gama variada de cores a partir da mistura de dois engobes. Enfim, é só
praticar.
Descrição de como foi elaborada a
mistura dos engobes
Na coluna
da esquerda foi pincelado o engobe EN7 – Vermelho.
No centro
foi misturado em estado líquido 1 parte do engobe EN7 – Vermelho e 1 parte do
engobe EN8 – Rosa Salmão e pincelada 2 demãos.
Na coluna
da direita foi misturado em estado líquido 1 parte do engobe EN7 – Vermelho e 1
parte do engobe EN15 – Amarelo.
Sobre as 3
colunas foi pincelado no sentido horizontal o esmalte ES096.
Após a
queima, acima da faixa do esmalte, foi pincelada uma demão de cera incolor
líquida.
A cera que
uso é a Novax (www.novax.com.br) específica para produtos de couro,
como bolsas e casacos. Ela é composta de água, ceras naturais, polímeros
sintéticos. Acho que está mais para um silicone líquido do que cera. Basta uma
pincelada para proteger e realçar a cor do engobe.
TÉCNICA
PARA OBTER UMA PALETA DE CORES, TROCANDO OS ÓXIDOS DA BASE DE ENGOBE.
Como ponto de partida para obter uma
paleta de cores nos tons da terra foi escolhida duas bases de engobe do mostruário
e que estão listadas na apostila.
BASE DO ENGOBE EN7 – VERMELHO
Da esquerda para a direita 7I, 7II,
7III e 7IV.
Os testes acima foram feitos sobre
placas de argila marfim já queimadas (biscoito).
Desenhado sobre o engobe uma linha
sinuosa com engobe branco EN20.
As bases que contém óxido de cobre
alteram a cor do engobe branco EN20. Excelente como decoração.
Sobre a linha branca escavada, foi
aplicada uma demão de esmalte transparente alcalino ES096.
Acima deste, após a queima, foi
aplicada com pincel uma demão de cera líquida incolor.
Os testes abaixo foram feitos sobre
placas de argila marfim em ponto de couro.
O objetivo dos óxidos utilizados era conseguir tons marrons
metalizados e tentar uma cor semelhante da escultura, queimada em raku, que
aparece no início deste artigo.
A porcentagem de óxido utilizada em
cada base é de 10%
Base 7I – 5% de óxido de cobre + 5% de
óxido de manganês.
Base 7II – 5% de óxido de cobre + 5% de
óxido de ferro vermelho.
Base 7III – 5% de óxido de ferro
vermelho + 5% de óxido de manganês.
Base 7IV – 3% de óxido de cobre + 7% de
óxido de manganês
A cor do engobe aplicado sobre a peça
biscoitada é mais intensa do que quando é aplicado sobre a peça em ponto de
couro.
A explicação é simples. A peça
biscoitada está queimada o suficiente e não absorve tanto engobe ao receber a
segunda queima, ao contrário da peça em ponto de couro. No ponto de couro após
aplicar o engobe, ele vai penetrar no corpo da peça ao ser queimada.
BASE DO ENGOBE EN1 – MOSTARDA
SALPICADO
As placas
já estavam queimadas em biscoito.
A placa da
esquerda é de argila marfim e da direita de argila terracota.
Mesmo sendo
diferentes as argilas, as cores dos engobes ficam bem semelhantes, por conta das
placas já terem sido queimadas antes (biscoito).
Sobre as
placas, no centro e sentido horizontal, foi pincelada uma demão de esmalte ES096.
Acima desta
faixa, após a queima, foi aplicada uma demão de cera incolor líquida.
A esquerda
foi pincelado o engobe EN1 – Mostarda salpicado.
No centro
foi pincelada a base do engobe EN1
com 9% de óxido de ferro vermelho e 2% de óxido de rutilo caramelo granulado
(ilmenita).
A direita
foi pincelada a base do engobe EN1
com 8% de óxido de ferro vermelho, 2% de óxido de rutilo caramelo granulado
(ilmenita) e 4% de óxido de manganês.
As placas receberam os engobes em ponto de couro.
Da esquerda em argila marfim e da direita em argila terracota.
As cores
ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro que faz as partículas
dos engobes entrarem no corpo da argila durante a queima, mesmo quando estas
não recebem polimento.
Sobre as
placas, na parte de baixo e sentido horizontal, foi pincelada uma demão de
esmalte ES096.
Acima desta
faixa, após a queima, foi aplicada uma demão de cera incolor líquida.
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