sábado, 6 de fevereiro de 2021

TÉCNICAS PARA MANIPULAR E APLICAR OS ENGOBES DE SAIS

NOVOS ENSAIOS PARA QUE TODOS POSSAM ADEQUAR AO SEU TRABALHO ARTÍSTICO 

AS TÉCNICAS DESTE ARTIGO FORAM INSPIRADAS NOS TONS DA TERRA.

Este artigo é específico para as pessoas que utilizam minha apostila. Quando bate aquela inspiração, surgem os desafios e novas técnicas vão aflorando e após muitos testes finalizo com o que deu certo e repasso a todos. O trabalho é árduo; testar, fotografar, escrever toma tempo e desgaste de energia física e mental. Paciência... É minha natureza... A satisfação fala mais alto!  Espero que curtam e continuem a pesquisar.

As técnicas de manipulação a seguir mostram que o caminho de possibilidades de decoração com engobes é infinito.  Não estou dando uma receita, mas sim abrindo um horizonte para que todos possam adequar ao seu trabalho artístico e dar continuidade.


















TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES COM POLIMENTO


































Composição de quatro placas de argila marfim.

Engobe pincelado nas placas em ponto de couro e na sequência polido.

O polimento é feito para obter uma superfície aveludada ao toque da mão.

Após a aplicação, utilize um pedaço de plástico transparente, fino e macio e esfregue sobre o engobe. A intenção é remover os grânulos de sais que estão na superfície da argila. Na sequência, delicadamente, esfregue as costas de uma colher ou outra ferramenta adaptada para alisar o engobe. Não se demore nesse processo, esperando brilho, o engobe não foi elaborado para com essa finalidade. Quando a peça estiver mais seca, caso queira um brilho acetinado, pincele uma demão de esmalte transparente, que dependendo da composição de sua fórmula obtém-se uma determinada cor. Vale a pena experimentar vários esmaltes transparentes e obter uma gama infinita de cores. Este processo está explicado na minha apostila. Caso não goste de colocar esmalte por cima do engobe, após a queima passe uma cera para proteger o engobe da poeira e da gordura que vem pelo ar e das mãos de quem toca a peça. 

As cores ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro e do polimento que faz as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila durante a queima.

O engobe sobreposto a outro, mesmo com polimento, quase sempre mantem sua cor original, o que permite alguns tipos de decoração (veja a descrição da placa abaixo).

Quando misturado com outro, gera uma nova cor. É importante anotar as quantidades para que se possa repetir quando necessário. Existe decepção maior que descobrir uma cor bonita e não poder repeti-la! Anote!























1) Engobe EN Preto

2) Engobe EN7 – Vermelho pincelado sobre todo o espaço delimitado e por cima o engobe EN19 – Verde Oliva.

3) Engobe EN19 – Verde Oliva pincelado sobre todo o espaço delimitado e por cima EN7 – Vermelho .

4) Engobe EN10 – Azul Acinzentado.






















1) Engobe EN15 – Amarelo.

2) Engobe EN12 – Verde musgo.

3) Misturado em estado líquido uma parte de engobe EN12 – Verde musgo com uma parte de engobe EN19 – Verde Oliva.

4) Engobe EN preto


























1) Engobe EN10 – Azul acinzentado

2) Engobe EN20 – Branco

3) Engobe EN7 – Vermelho – pincelado sobre os engobes EN10 e EN20



























1) Engobe EN20 – Branco – pincelado em toda a placa.

2) Engobe EN18 – Lavanda – pincelado sobre o engobe  EN20 – Branco .

3) Engobe EN7 – Vermelho – pincelado sobre o engobe EN20 – Branco.


TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES COM POLIMENTO E SOBREPOSIÇÃO DE ESMALTES





















Composição de quatro placas de argila marfim.

Engobe pincelado bem aguado nas placas em ponto de couro e na sequência polido.

O polimento é feito com a intenção de obter uma superfície lisa ao toque da mão.

As cores ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro e do polimento que faz as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila.

Os engobes de cores diferentes quando sobrepostos não alteram suas cores.

Os esmaltes foram pincelados bem aguados. A intenção é obter uma superfície com pouco brilho.






















1) Engobe EN19 – Verde Oliva – pincelada uma demão e por cima pincelada irregular de esmalte ES12/90.

2) Misturado em estado líquido uma parte de engobe EN7 – Vermelho com uma parte de engobe EN8 – Rosa Salmão após ser pincelado, onde está sinalizado (2ª) foi pincelado o esmalte ES096.

3) Engobe EN6 – Camurça. Ainda molhado pincelado por cima o engobe EN7 – Vermelho, misturando os dois engobes. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o esmalte ES096.























1) Engobe EN7 – Vermelho pincelado uma demão, onde está sinalizado (1ª) foi pincelado esmalte ES096.

2) Engobe EN20 – Branco pincelado uma demão por cima desenho ondulado do engobe EN18 – Lavanda que recebeu o esmalte ES12/90.

3) Engobe EN18 – Lavanda pincelada uma demão. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o esmalte ES096.


























1) Engobe EN19 – Verde Oliva pincelada uma demão , onde está sinalizado (1ª) foi pincelado bem diluído uma demão de esmalte ES096.

2) Misturado em estado líquido uma parte de engobe EN7 – Vermelho com uma parte de engobe EN15 – Amarelo após ser pincelado, onde está sinalizado (2ª) foi pincelado o esmalte ES096.

3) Engobe EN7 – Vermelho. Ainda molhado pincelado por cima o engobe EN6 – Camurça, misturando os dois engobes. Onde está sinalizado (3ª) foi pincelado o esmalte ES096.


























1) Base do engobe EN1 com 9% de óxido de ferro vermelho e 2% de óxido de rutilo caramelo granulado (ilmenita), pincelado bem espesso e por cima pincelado o esmalte ES096.

2) Engobe EN6 – Camurça e por cima pincelada irregular de esmalte ES12/90.

3) Engobe EN15 – Amarelo pincelado uma demão. Onde está sinalizado com 3a foi pincelada uma demão bem aguada do esmalte ES096.


TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS ENGOBES SEM POLIMENTO E COM SOBREPOSIÇÃO DE ESMALTES E CERA.

















Placas de argila marfim.

O engobe foi pincelado sobre a placa da esquerda já queimada (biscoito).

O engobe foi pincelado sobre a placa da direita em ponto de couro.

As cores ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro que faz as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila, mesmo quando não é feito polimento, que é a proposta neste caso.

A intenção deste teste é para abrir horizontes e mostrar as possibilidades para obter uma gama variada de cores a partir da mistura de dois engobes. Enfim, é só praticar.

Descrição de como foi elaborada a mistura dos engobes

Na coluna da esquerda foi pincelado o engobe EN7 – Vermelho.

No centro foi misturado em estado líquido 1 parte do engobe EN7 – Vermelho e 1 parte do engobe EN8 – Rosa Salmão e pincelada 2 demãos.

Na coluna da direita foi misturado em estado líquido 1 parte do engobe EN7 – Vermelho e 1 parte do engobe EN15 – Amarelo.

Sobre as 3 colunas foi pincelado no sentido horizontal o esmalte ES096.

Após a queima, acima da faixa do esmalte, foi pincelada uma demão de cera incolor líquida.

A cera que uso é a Novax  (www.novax.com.br) específica para produtos de couro, como bolsas e casacos. Ela é composta de água, ceras naturais, polímeros sintéticos. Acho que está mais para um silicone líquido do que cera. Basta uma pincelada para proteger e realçar a cor do engobe.

 

 

TÉCNICA PARA OBTER UMA PALETA DE CORES, TROCANDO OS ÓXIDOS DA BASE DE ENGOBE.

Como ponto de partida para obter uma paleta de cores nos tons da terra foi escolhida duas bases de engobe do mostruário e que estão listadas na apostila.

BASE DO ENGOBE EN7 – VERMELHO






















Da esquerda para a direita 7I, 7II, 7III e 7IV.

Os testes acima foram feitos sobre placas de argila marfim já queimadas (biscoito).

Desenhado sobre o engobe uma linha sinuosa com engobe branco EN20.

As bases que contém óxido de cobre alteram a cor do engobe branco EN20. Excelente como decoração.

Sobre a linha branca escavada, foi aplicada uma demão de esmalte transparente alcalino ES096.

Acima deste, após a queima, foi aplicada com pincel uma demão de cera líquida incolor.

Os testes abaixo foram feitos sobre placas de argila marfim em ponto de couro.






















O objetivo dos óxidos utilizados era conseguir tons marrons metalizados e tentar uma cor semelhante da escultura, queimada em raku, que aparece no início deste artigo.

A porcentagem de óxido utilizada em cada base é de 10%

Base 7I – 5% de óxido de cobre + 5% de óxido de manganês.

Base 7II – 5% de óxido de cobre + 5% de óxido de ferro vermelho.

Base 7III – 5% de óxido de ferro vermelho + 5% de óxido de manganês.

Base 7IV – 3% de óxido de cobre + 7% de óxido de manganês

A cor do engobe aplicado sobre a peça biscoitada é mais intensa do que quando é aplicado sobre a peça em ponto de couro.

A explicação é simples. A peça biscoitada está queimada o suficiente e não absorve tanto engobe ao receber a segunda queima, ao contrário da peça em ponto de couro. No ponto de couro após aplicar o engobe, ele vai penetrar no corpo da peça ao ser queimada.


BASE DO ENGOBE EN1 – MOSTARDA SALPICADO




















As placas já estavam queimadas em biscoito.

A placa da esquerda é de argila marfim e da direita de argila terracota.

Mesmo sendo diferentes as argilas, as cores dos engobes ficam bem semelhantes, por conta das placas já terem sido queimadas antes (biscoito).

Sobre as placas, no centro e sentido horizontal, foi pincelada uma demão de esmalte ES096.

Acima desta faixa, após a queima, foi aplicada uma demão de cera incolor líquida.

A esquerda foi pincelado o engobe EN1 – Mostarda salpicado.

No centro foi pincelada a base do engobe EN1 com 9% de óxido de ferro vermelho e 2% de óxido de rutilo caramelo granulado (ilmenita).

A direita foi pincelada a base do engobe EN1 com 8% de óxido de ferro vermelho, 2% de óxido de rutilo caramelo granulado (ilmenita) e 4% de óxido de manganês.












As placas receberam os engobes em ponto de couro.

Da esquerda em argila marfim e da direita em argila terracota.

As cores ficam esmaecidas por conta da argila em ponto de couro que faz as partículas dos engobes entrarem no corpo da argila durante a queima, mesmo quando estas não recebem polimento.

Sobre as placas, na parte de baixo e sentido horizontal, foi pincelada uma demão de esmalte ES096.

Acima desta faixa, após a queima, foi aplicada uma demão de cera incolor líquida.















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